Mesmo com a entrada bilionária de recursos oriundos de royalties do petróleo, participações especiais e repasses do Governo do Estado do Rio de Janeiro, a saúde pública de Campos dos Goytacazes vive um colapso que afeta diretamente a população.
Durante a gestão do prefeito Wladimir Garotinho (eleito em 2020), o município acumula denúncias de unidades hospitalares sem estrutura, falta de profissionais, escassez de medicamentos e superlotação em emergências.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Campos recebeu apenas em 2023 mais de R$ 2,5 bilhões em royalties e participações especiais, além de recursos federais e estaduais para manutenção da saúde pública. Ainda assim, a cidade enfrenta uma grave crise na rede de atendimento.
Nos últimos meses, a situação se agravou com a dispensa em massa de profissionais contratados via RPA (Recibo de Pagamento Autônomo). Médicos, enfermeiros, técnicos e outros trabalhadores essenciais foram desligados sem reposição adequada, comprometendo ainda mais o funcionamento de hospitais e unidades básicas.
A medida, segundo a prefeitura, seria para “reestruturação da folha”, mas acabou sobrecarregando as equipes remanescentes e ampliando o caos nos serviços prestados.
O Hospital Ferreira Machado, referência regional em urgência e emergência, é um dos mais afetados. Faltam profissionais para plantões, insumos básicos, além de relatos de salários atrasados e condições precárias de trabalho. Pacientes enfrentam horas de espera e, em muitos casos, sequer conseguem atendimento.
Apesar dos bilhões que entram nos cofres municipais, a gestão não tem conseguido transformar esse recurso em melhoria real da rede de saúde. Especialistas apontam que há má gestão orçamentária, falta de planejamento e priorização de contratos temporários e terceirizações, muitas vezes com pouca transparência.
Para a população, resta o sentimento de abandono. Com as eleições se aproximando, a pressão aumenta sobre o governo municipal.
A pergunta que ecoa entre os moradores é simples e contundente: onde está o dinheiro da saúde?
