A Câmara Municipal de Campos parece ter perdido sua função essencial: fiscalizar e cobrar o Executivo. Hoje, a base governista se mostra cada vez mais dependente do prefeito Wladimir, transformando o Legislativo em uma verdadeira sala de estar da Prefeitura.
Enquanto 215 mil campistas enfrentam o drama do desemprego, os vereadores que deveriam levantar a voz em defesa da população se calam. A demissão em massa dos RPAs, que deixou milhares de famílias sem sustento, é um exemplo cruel de decisão administrativa que merecia duras críticas, mas acabou recebendo silêncio cúmplice.
E como se não bastasse essa omissão, a Câmara ainda cogita votar uma moção de aplauso ao prefeito. Aplauso por quê? Pela falta de empregos? Pela insensibilidade com os trabalhadores? Pela submissão imposta ao Legislativo?
Num cenário em que o trabalhador comum paga o preço da má gestão, a Câmara deveria ser o espaço da resistência, da cobrança e do debate. No entanto, segue sendo apenas um reflexo da vontade do prefeito, deixando claro que a independência política foi substituída pela submissão.