O que aconteceu no encontro da Avenida Felipe Uebe com a Avenida 28 de Março é uma agressão ao patrimônio ambiental e histórico de Campos dos Goytacazes.
Árvores antigas, que faziam parte da identidade visual e afetiva da região, foram cortadas com a anuência da Prefeitura e, portanto, com a cumplicidade direta do prefeito.
Mesmo que exista um termo de ajustamento de conduta prevendo o replantio em outros locais, nada justifica a destruição de um marco paisagístico que há décadas emoldura uma das principais vias da cidade.
Não se replantam histórias. Não se substitui o valor simbólico de um espaço que ajudava a contar a própria trajetória urbana de Campos.
O ato, travestido de legalidade, é um erro político e moral. Mostra uma gestão que enxerga o desenvolvimento pela ótica do concreto e do asfalto, incapaz de compreender que progresso de verdade é aquele que convive com a natureza e preserva o que tem valor para a memória coletiva.
O prefeito, ao permitir o corte, torna-se cúmplice de uma ação que mutila o verde e fere o sentimento de pertencimento de quem vive a cidade.
Replantar em outro bairro não é preservar — é maquiar o dano. Campos clama por gestores que respeitem sua história, e não por administradores que a cortem pela raiz.
