Luiz Inácio Lula da Silva pode estar diante do capítulo final — e mais delicado — de sua trajetória política. Se decidir disputar a reeleição em 2026, o atual presidente terá em mãos mais do que uma campanha: terá a chance de concluir uma rara curva de queda, retorno e consagração.
Por incrível que pareça, se o governo patinar, só Lula tem cacife para disputar, afinal, mesmo com todos os esforços, Fernando Hadadd não é tão competitivo.
A vitória em 2022 foi, sem dúvida, foi significativa. Representou a volta ao poder após a prisão e a posterior anulação de suas condenações, e foi lida por seus apoiadores como uma correção histórica. Mas uma eleição, por si só, não reescreve o passado por inteiro. É no governo que uma liderança se consolida ou se desgasta.
Lula enfrenta hoje um cenário complexo: economia pressionada, Congresso fragmentado e que respira barganha e uma oposição barulhenta e que vive apenas para travar pautas.
Manter a governabilidade sem abrir mão de princípios, dialogar sem se submeter as chantagens e mostrar capacidade união nacional são tarefas que ainda estão em curso e sem concretização certa.
Se tiver êxito, poderá sair de cena como um dos poucos líderes a concluir um ciclo de reconciliação com a história. Do contrário, corre o risco de repetir erros do passado e encerrar sua jornada sob o peso de um de um gigante político que não soube parar.
A história, mais uma vez, está em aberto. E Lula, mais uma vez, é o fiel da balança.